sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Literacia de informação

As bibliotecas e a literacia de informação

A literatura , segundo Calixto (2011), sugere que o trabalho nesta área, tem seguido duas vias diferentes mas, todavia, com pontos em comum: uma para o ensino não superior e outra para o ensino superior.
A situação em Portugal no que diz respeito ao papel desempenhado pelas bibliotecas no desenvolvimento da literacia da informação, está ainda por realizar. Segundo (Correia, 2003). «a literacia da informação está lentamente a ser incorporada como uma disciplina académica nos curricula», e «algumas bibliotecas universitárias têm estado a dar formação aos seus utilizadores, especialmente no que diz respeito ao uso de fontes de informação electrónica». È cada vez maior, a divulgação de textos e ligações, sobre a literacia da informação no sítio da Internet do Gabinete das Bibliotecas Escolares do Ministério da Educação, que para Calixto (2011) « é um indício da consciência crescente sobre esta problemática ao nível das bibliotecas escolares.» (p:7)
O principal objectivo das bibliotecas de qualquer tipo,  para Nunes (2007) « é a prestação de serviços de acesso, não apenas à informação mas, mais exactamente, ao conhecimento». No caso das bibliotecas públicas, este objectivo, revela-se na forma específica de actuar e também  de permitir o acesso a informação organizada. As bibliotecas, devem promover actividades que, por um lado, «contribuam para o desenvolvimento de competências de literacia, nomeadamente literacia informacional, necessárias à pesquisa, selecção, interpretação e processamento da informação disponibilizada e, por outro lado, proporcionem o acesso à literatura e aos produtos culturais e artísticos em geral, bem como aos testemunhos da memória e da identidade local». (p:2)
No segundo parágrafo do «Manifesto da UNESCO Sobre Bibliotecas Públicas (1994), documento elaborado para a UNESCO pela Secção de Bibliotecas Públicas da IFLA – Federação Internacional das Associações de Bibliotecas – pode ler-se que «A biblioteca pública, porta local de acesso ao conhecimento, constitui um requisito básico para a aprendizagem ao longo da vida, para a tomada independente de decisões e para o progresso cultural do indivíduo e dos grupos sociais.” (p:2)

Atualmente, a «literacia informacional é uma condição da inclusão social» e aqui as bibliotecas têm um papel importante, pela autonomia na aprendizagem facilitada pelas TIC, é essencial que os serviços bibliotecários se adaptem aos desejos e necessidades, em permanente mudança, dos utilizadores, relativamente à aquisição de conhecimentos e aos usos da informação». (p:4)
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Referências Bibliográficas:
Calixto, José António (2011). Literacia da informação: um desafio para as bibliotecas. Porto. Disponível em: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/artigo5551.PDF

Nunes, M. B. (2007). Leitura, literacias e inclusão social. In J. T. Lopes (org.) – Práticas de dinamização da leitura. Porto: Sete-Pés, Projectos Artísticos e Culturais. In Leitura, literacias e inclusão social: novos e velhos desafios para as bibliotecas públicas Manuela Barreto Nunes* , disponível em:

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Sites educativos

REPOSITÓRIOS E OUTRAS FONTES ONLINE. QUE PROFESSORES? QUE PRÁTICAS?

Nesta altura todos nós já sabemos o que são REA. Como docente e professora bibliotecária, penso que quando falamos em Repositórios de Recursos Educacionais Abertos, estamos a referirmo-nos a web sites onde poderemos encontrar recursos que poderão ser utilizados em termos educativos, correto?
Sabemos que estes poderão ser mais generalistas podendo atingir o maior número de áreas temáticas, ou então serem específicos, sendo por exemplo restritos a uma disciplina, ou mesmo a um determinado nível de ensino.
Sugiro aqui vários repositórios com os quais trabalho com os meus alunos:
- Casa das Ciências -  (http://www.casadasciencias.org);

- Casa da leitura – (http://www.casadaleitura.org) – que disponibiliza a recensão de mais de 1 000 títulos de literatura para a infância e a juventude, organizados segundo faixas etárias e temas, com atualização periódica semanal, desenvolvendo temas, biografias e bibliografias;

- Ciberdúvidas da Língua Portuguesa ( http://ciberduvidas.sapo.pt)  - trata-se de um epaço de esclarecimento, de informação da língua portuguesa. Os utilizadores podem colocar as suas dúvidas de expressão em língua portuguesa e obtêm uma resposta. O banco de respostas já existentes é pesquisável. Para além deste consultório, tem, também, disponíveis antologias de textos, notícias, controvérsias, diversidades, montras de livros e correio.

- Instituto Camões ( http://www.instituto-camoes.pt) , onde encontramos recursos e atividades de vários tipos sobre a língua e a cultura portuguesas: recursos para aprender a ler, a escrever , Biblioteca Digital Camões, exposições e passeios virtuais e jogos, entre outros conteúdos.

E muitos mais. Todos os REA são utilizados por todos, no sentido de abrir o conhecimento a todos que dele se socorre.E muitos mais. Todos os REA são utilizados por todos, no sentido de abrir o conhecimento a todos que dele se socorre.

Se falarmos em repositórios mais alargados, falo tal como alguns colegas referiram já no Repositório Aberto institucional da Universidade Aberta e tem o objetivo de armazenar, preservar, divulgar e dar acesso à produção intelectual da UAb em formato digital. É onde podemos encontrar um conjunto de publicações científicas da UAb “contribuindo desse modo para o aumento da sua visibilidade e impacto e garantindo a preservação da sua memória intelectual.” Muito semelhante é o repositório da Universidade do Minho, https://repositorium.sdum.uminho.pt/
O “IAVE – Banco de Itens”, será o repositório que de facto disponibiliza REAs  “mais bem-adaptados ao contexto educativo em Portugal, disponibilizando REAs para as diferentes disciplinas do ensino básico (1.º ciclo, 2.º ciclo, e 3.º ciclo) e ensino secundário. Disponibiliza também de testes, que permitem aos alunos testarem os seus conhecimentos, mas neste caso só para algumas disciplinas do ensino básico e secundário. (…) disponibiliza de um repositório de exames nacionais, provas de aferição, provas finais, e testes intermédios.” (Almeida, António)
Um outro repositório de REA, o RCAAP, considerada como a biblioteca de conhecimento online permitindo-nos o acesso a revistas científicas e e-books, embora de acesso restrito a utilizadores afetos às entidades que são membros. “O RCAAP tem atualmente 34 repositórios portugueses adicionados, integrando repositórios de instituições de ensino superior, hospitais, instituições de I&D, administração pública e instituições sem fins lucrativas.” (Costa)*
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* Costa, Maria Teresa Ferreira, O uso de recursos educativos abertos (rea) como recursos didáticos: benefícios para alunos e professores. O caso do repositório científico de acesso aberto de Portugal

Para aceder a cada site só precisa de clicar na imagem correspondente


Sítio dos miúdos

 Sítio dos miúdos
Site lúdico e com grande interatividade. Destinado a jovens em idade escolar apresenta-se, igualmente, como enorme centro de recursos. Espaço onde os mais novos escrevem as suas opiniões sobre diversos temas ou divulgam histórias, poemas ou desenhos.





Contador de Histórias

Plano Nacional de Leitura












Avaliação de RED

Avaliação dos REDs - Carlos Pinheiro

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Ana Amélia Amorim Carvalho

A propósito da avaliação dos sites educativos, gostaria de partilhar uma pequena pesquisa que fiz Para Ana Amélia Amorim Carvalho, os sites educativos devem “motivar os utilizadores a quererem aprender, a querem consultar e a quererem explorar informações disponíveis” (cf. p. 7)., os quais devem integrar atividades variadas, informação específica para diferentes utilizadores educativos, as ferramentas de comunicação que permitem maior interatividade entre professor e alunos.
Ana Amélia Amorim Carvalho fala-nos em nove características que devem estar na análise do «website educativo» e que são indicadores da sua qualidade:

1 – Identidade – em que se integra 
a) o nome do site, 
b) o propósito ou finalidade do site, 
c) a autoridade, 
d) a data de criação e a última actualização. Segundo a autora, “estes dados devem constar, preferencialmente, na página inicial do site”.

2 – Usabilidade – em que se deve ter presente 
a) a estrutura do site, 
b) a navegação e orientação no site, 
c) a interface. 

O «website educativo» deve cumprir a facilidade em usar e aprender a usar, para assim se tornar intuitivo para o aluno.

3 – Rapidez de acesso – em que se deve atender também ao facto das hiperligações estarem todas activas, para se facilitar o rápido acesso a alguma informação.

4 – Nível de interactividade – um bom «website educativo» deve motivar, desafiar, envolver os alunos para que se sintam motivados a explorar o site e a aprender com eficácia. Por isso é fundamental a interactividade (com por exemplo: preenchimento de formulários, feedback, ou mesmo colaborar online).

5 – Informação – em que se abarca 
a) a temática e adequação às orientações curriculares, 
b) a abordagem feita ao assunto, 
c) a correcção do texto (escrito ou oral),
 d) as referências bibliográficas, 
e) a data e actualidade,
f) o autor.

6 – Atividades – no «website educativo» é essencial a presença de actividades para envolverem os alunos na aprendizagem. Face a uma possível desorientação na web, temos as «actividades» que indicam um caminho e que fomentam “aprendizagem individual e colaborativa, incentivando o desenvolvimento de competências e motivando para a procura de informação”. As actividades podem ser: pesquisas orientadas, jogos, ou exercícios com correcção automática.

7 – Edição colaborativa online – em que os alunos (e professores) colaboram na realização de um mesmo trabalho ou projecto.

8 – Espaço de partilha – em que se disponibiliza os trabalhos realizados por alunos e professores. Pode ser muito estimulante para os alunos, uma vez que se esmeram na realização de um bom trabalho para partilharem com a comunidade.


9 – Comunicação – em que o «website educativo» seja um espaço em que os alunos, professores e encarregados de educação possam intervir. Pode ser importante para tirar dúvidas ou abrir um espaço de discussão de um tema. Pode-se utilizar o correio electrónico, fórum, chat, etc.


Referência bibliográfica:Carvalho, A. A. (2005). Indicadores de Qualidade de Sites Educativos. Cadernos SACAUSEF  –  Sistema de Avaliação, Certificação e Apoio à Utilização de Software para a Educação e a 


domingo, 6 de novembro de 2016

RECURSOS DIGITAIS, MULTIMÉDIA E EDUCACIONAIS ABERTOS

RECURSOS DIGITAIS, MULTIMÉDIA E EDUCACIONAIS ABERTOS

Realização de 3 a 30 de novembro 2016

  • 1 - abordar o conceito de recurso para elearning

E-LEARNING - significa “aprendizagem electrónica”, isto é, refere-se à utilização de um meio electrónico (computador, tecnologia móvel) para aceder e usar com intuitos de aprendizagem recursos e actividades. Neste âmbito, a utilização do computador para estudar off-line, com o auxílio de um CD-ROM, ou a utilização da Internet para aceder a conteúdos de aprendizagem poderá ser uma forma de e-learning. Contudo, dada a ambiguidade da definição anterior, actualmente muitas instituições e investigadores utilizam apenas o termo e-learning para referirem situação de aprendizagem intencional com predominância da utilização da Internet, quer para aceder a conteúdos e tarefas, quer para interagir com o professor ou com colegas a propósito desses conteúdos ou tarefas. 
E-LEARNING: REFLEXÕES EM TORNO DO CONCEITO

Muitas vezes, confude-se "E-learning", "educação on-line", " ensino a distância". Então tentemos clarificar. 

EDUCAÇÃO ONLINE - esta expressão diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem que ocorre exclusivamente de modo virtual num contexto social de interacção e comunicação. Pressupõe a disponibilização “em linha” (online) de conteúdos, tarefas de aprendizagem e demais recursos de aprendizagem, utilizando a Internet, e o recurso obrigatório a ferramentas de comunicação (síncronas ou assíncronas) para comunicação entre pares ou com o professor. Para muitos autores, na realidade a expressão "educação online" implica obrigatoriamente interacção e trabalho colaborativo entre os estudantes, tendo lugar numa comunidade de aprendizagem, onde o processo de aprendizagem é tributário da interacção social entre os participantes. Assume a existência de salas de aula virtuais, onde a comunicação se constitui como um meio de aprender em relação com o outro. 

ENSINO A DISTANCIA - o conceito de ensino a distância refere-se ao uso de técnicas variadas (cada vez mais TIC) para tornar a aprendizagem possível através da superação da distância espacial e, por vezes, temporal, entre professores e aprendentes.
O ensino a distância é um modelo educacional que proporciona a aprendizagem sem limites do “espaço ou do tempo”. O cenário educacional pressupõe a existência de uma separação geográfica ou temporal entre professor e alunos, a utilização da tecnologia como instrumento de distribuição e de comunicação educacional e o controlo da aprendizagem pelo aluno.
Principais características do ensino a Distância
- normalmente professor e os alunos estão separados no espaço ou no tempo. O professor está separado dos alunos e, por sua vez, cada aluno também pode estar separado do restante grupo de aprendizagem;
- a distribuição da informação, a comunicação entre professor e aluno e entre alunos, é mediada por meios técnicos;
- o controlo do itinerário da aprendizagem (conteúdo, tempo de estudo e ritmo) é decidido pelo aluno. A responsabilidade do controlo de aprendizagem é delegada ao aluno, cabendo a este decidir os conteúdos a estudar, o tempo a dedicar ao estudo e o ritmo de aprendizagem.
O ensino a distância tem como escopo promover a educação nos locais e nos horários mais convenientes para o aluno, destinando-se essencialmente a “adultos” dotados de maturidade e motivação suficientes para imporem a si próprios um regime de auto-aprendizagem.
  • 2 - discussão "Recursos Educacionais Abertos: o que são e para que servem?", que será desenvolvida em fórum próprio “Discussão - REA: O que são e para que servem?”

A definição do conceito de Recursos Educativos Abertos, inicialmente adoptada pela UNESCO em 2002, apresenta-se como: “Open educational resources (OER) are learning materials that are freely available for use, remixing and redistribution” e “technology-enabled, open provision of educational resources for consultation, use and adaptation by a community of users for non-commercial purposes”.
Os “Recursos Educativos Abertos (REA) são materiais de ensino, aprendizagem e pesquisa apresentados em formato digital, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros.
O uso de formatos técnicos abertos facilita o acesso e a reutilização potencial dos recursos publicados digitalmente.
Recursos Educativos Abertos podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, software, ou qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa suportar o acesso ao conhecimento.”

Adaptado de: Unesco/Commonwealth of Learning com colaboração da Comunidade REA - Brasil (2011)


 Os quatro princípios dos REA, designados por “4Rs” [Review, Reuse, Remix e Redistribute], são as permissões concedidas aos utilizadores que acedem a estes recursos.




















RECURSOS ABERTOS – Os recursos abertos (open resources) poderão constar de pacotes de informação e de materiais ou de um conjunto de conteúdos e de actividades a que um indivíduo acede livremente e utiliza de modo a apropriar-se de um conjunto de conhecimentos. Estes recursos poderão assumir a forma de exposições de professores, vídeos, exames, materiais para leitura, etc., em suma, todo o tipo de recursos usados no ensino universitário. A expressão OpenCourseWare adquiriu entretanto o significado de uma colecção de materiais digitais organizados como se de uma disciplina se tratasse.

Em Portugal, tal como na generalidade dos países, as primeiras iniciativas AA são relativamente recentes, datando de 2003, e só a partir de 2006 a temática ganhou uma atenção mais generalizada. Esta lenta entrada na esfera pública pode ser explicada por factores que são comuns à generalidade dos países, mas também pelo contexto nacional no que diz respeito à investigação e publicação científica. As primeiras iniciativas AA em Portugal foram lideradas pela Universidade do Minho com a criação do seu repositório institucional (RI), RepositóriUM, apresentado publicamente em Novembro de 2003. (...)
Em Março de 2008, surgiu um projeto de criação de um meta-repositório nacional e de um serviço de alojamento de novos repositórios. Esse projeto foi designado Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal – RCAAP (http://www.rcaap.pt) e ficou disponível em Julho de 2008. Na génese do projeto RCAAP foram considerados três objectivos principais: Aumentar a visibilidade, acessibilidade e difusão dos resultados da atividade académica e de investigação científica portuguesas. O conjunto da produção académica e científica portuguesa encontra-se disperso por milhares de publicações (revistas científicas, atas de conferências e congressos, etc.), e uma parte significativa, a chamada literatura cinzenta e outras publicações (teses e dissertações, relatórios técnicos, documentos de trabalho etc.) está sob condições de acessibilidade e utilização limitada. A criação de um meta-repositório da produção científica e académica nacional, permitindo a pesquisa, o acesso e a utilização da mesma de forma facilitada e intuitiva, constituiu-se como uma importante mais-valia, quer ao nível nacional quer ao nível de cada uma das instituições participantes. Por outro lado, a difusão da produção académica e científica poderia ter um efeito multiplicador na sociedade, disponibilizando e tornando acessível para o mercado de trabalho, para as famílias e para a sociedade em geral a informação e conhecimento gerados nas instituições científicas.
(...)
Outro ponto importante, que não pode deixar de ser pelo menos mencionado, centra-se na conexão da web2.0 com o movimento dos REA. A mudança no posicionamento do utilizador face à WWW altera-se com o 2.0 de mero espectador que consulta para um ator ativo que contribui, partilha e acede a conteúdos. Na comunidade científica que aborda estas questões e nos movimentos associados aos REA, coloca-se muita ênfase na Web 2.0 como motor primordial na disponibilização e acesso a estes conteúdos. Toda a framework da Web 2.0 permite tornar ténue e desvanecer a linha entre os “produtores” e os “consumidores” dos conteúdos. O acesso facilitado aos conteúdos e sobretudo a quem os produz reflete a mudança do acesso ao conteúdo para o acesso a quem os produz, permitindo deste modo interações quase imediatas de feedback, “rating” e validação dos mesmos. Englobam-se nesta caracterização formatos de recursos online como: wikis, blogs, redes sociais, comunidades virtuais, o que facilita a pessoas com os mesmos interesses a partilharem ideias, colaborarem e inovarem na produção de REA.
                                                       in  Revista, v.8, n.2, setembro, 2012, Rio de Janeiro, p. 402-412 - http://www.ibict.br/liinc



3.elaboração de um artefacto sobre as potencialidades e desafios dos recursos educacionais abertos - 5 páginas de texto impresso; benefícios dos REAs; REAs no contexto educativo em Portugal ou outro país; uso pedagógico dos REAs.
Elaboração de um documento

  
Se, noutros tempos, a aprendizagem estava associada os bancos da escola e ao ensino formal, hoje aprende-se de diversas formas, em qualquer momento e em qualquer lugar (inclusivamente na praia e noutros locais associados ao lazer, com a generalização do uso de computadores portáteis e as facilidades no acesso à Internet através de dispositivos wireless). Se os livros e a figura do professor continuam presentes como elementos fundamentais e imprescindíveis, é também cada vez mais necessário pensar a integração da Internet e das ferramentas que proporciona, assim como de outros meios tecnológicos disponíveis, no processo de ensino e aprendizagem.
Os recursos educativos abertos estão orientados para o ensino e encontram - se ao abrigo de licenças que podem permitir a sua adaptação, utilização e partilha, como por exemplo Creative Commons License. A diversidade de abordagens pedagógicas e perspetivas culturais diversas é um dos aspectos fundamentais dos REA, pelo que eles permitem novas formas de trabalhar em ambientes educacionais. Por outro lado, a expansão de ferramentas web 2.0 (wikis, blogues, redes sociais, …) tem contribuído para o desenvolvimento dos REA, criando uma grande comunidade de partilha e entreajuda entre educadores, dos mais diversos pontos do Planeta.
Os REA promovem o desenvolvimento de competências digitais e a utilização da Internet impõe--se como recurso de excelência e ferramenta educativa. Não há dúvidas de que esta netgeneration gosta de utilizar REA em situação de aula e gosta de aprender a criar REA em diferentes formatos. Os REA vieram, pois, estimular um maior empenho, motivação e interesse, tanto no ato de ensinar como no ato de aprender, por professores e alunos, que alteraram a sua forma de aprender estando mais interessados nas aulas, desenvolvendo a sua curiosidade em pesquisar e aprender mais e, finalmente, a estarem mais atentos e motivados nas aulas. Os REA vieram transformar os alunos em agentes ativos; o aluno deixa de ser considerado como um receptor passivo passando a ativo enquanto também se rompe com conceitualizações tradicionalistas do ensino, baseadas na figura do professor, enquanto detentor do conhecimento..
Trata-se de uma Aprendizagem Colaborativa – baseia-se na aprendizagem através da interação pessoal ou social entre estudantes. A aprendizagem colaborativa ajuda os estudantes a partilhar objetivos, explorar materiais de aprendizagem e atingir níveis de compreensão e conhecimento mais profundos, através da construção social dos significados e do conhecimento. Os estudantes trabalham colaborativamente e cooperativamente em equipas em diversas atividades diferentes: discussão em grupo acerca de um determinado tema, resolução cooperativa de problemas e trabalho de projeto colaborativo. Os conteúdos podem ser disponibilizados através de leituras, tarefas, estudos de caso e simulações. Estas tarefas devem ser desenhadas de modo a forçar os estudantes a pensar criticamente e a aplicar o que estão a ler e a analisar. Este modelo de aprendizagem é útil para desenvolver competências sociais, tais como: o respeito pelos outros, a tolerância e o trabalho em equipa, assim como pode ajudar a diminuir o sentimento de isolamento característico do ensino a distância, abre a possibilidade de apoio mútuo entre os estudantes, quer emocional, quer cognitivo, e proporciona aos estudantes os benefícios que decorrem da interação para construir um conhecimento comum. A aprendizagem colaborativa toda trabalha nas mesmas tarefas, assuntos, tentando em conjunto chegar a uma solução ou a um ponto de vista comum. Não há relações hierárquicas. O resultado é sempre mais (e mais complexo) do que a soma das contribuições.
A aprendizagem cooperativa pressupõe um grupo, uma equipa e divisão de tarefas. Tem em regra uma estrutura hierárquica - há um líder ou um coordenador que distribui as tarefas. O resultado corresponde ao somatório do que cada um fez.
        As novas gerações demonstram uma considerável capacidade de aprendizagem em todo o tipo de ambientes digitais. Frequentam a escola mas vivem na “nuvem” e é lá que temos que os procurar e ensinar. Tendo a sua disposição modernos equipamentos e meios de comunicação, os nativos digitais leem e comunicam entre si, explorando conteúdos e situações para responder sobretudo aos gostos, interesses e necessidades.        As novas tecnologias são uma ferramenta importante e complementar no processo de ensino e aprendizagem; permitem a criação e o desenvolvimento de competências diversificadas e podem ser um fator facilitador da aprendizagem e incrementar a motivação dos alunos.
O conceito de leitura foi redefinido. O que é considerado leitura nos dias de hoje diverge do passado, na medida em que são considerados novos formatos e novos ambientes de leitura no domínio digital. Para Carlos Pinheiro, um especialista em suportes digitais de leitura, a leitura digital constitui um desafio permanente, mas também é geradora de oportunidades. Na web, a maior parte das leituras e das pesquisas são realizadas em hipertexto. É muito fácil perder o rumo quando não se tem as competências de pesquisa suficientemente consolidadas. Depois é necessário discernimento para distinguir quais são as leituras revelantes. Ler versus aprender, é o grande desafio literacia da informação.
Os suportes digitais de leitura são também uma oportunidade para formar novos leitores. A possibilidade de aceder a conteúdos multimodais ricos e diversificados é hoje uma mais-valia. Para além do texto e da imagem, encontramos num mesmo suporte clipes de áudio, vídeo, animações em 3D, gráficos, e elementos interativos que propiciam leituras multimodais. As gerações mais novas aprenderam muito cedo a usar o telemóvel, o tablet, o computador ou a consola de videojogos. A tecnologia é-lhes natural e, por isso, utilizam na com grande autonomia. Habituaram-se também a realizar diversas tarefas em simultâneo desenvolver uma capacidade multitarefa que possibilita a realização de novas leituras em todo o  tipo de suporte.
A evolução da tecnologia e o aparecimento do livro digital conduziu a uma proliferação de serviços que tendem a adequar-se de forma continua a crescente mobilidade e as necessidades de novos leitores.

A aprendizagem e o ensino num ambiente online são, têm algumas semelhanças: as necessidades dos aprendentes são avaliadas; o conteúdo é negociado ou estabelecido; as actividades de aprendizagem são orquestradas; e a aprendizagem é avaliada.
Contudo, o efeito invasivo do medium online cria uma atmosfera única para o ensino e para a aprendizagem. (i) mais versátil o tempo e o local da interação educativa (ii) conteúdo em diversos formatos, (iii) A capacidade da Net para permitir o acesso a enormes repositórios de informação sobre todos os assuntos iv) permitir a interação homem-máquina numa variedade de formatos
A World Wide Web foi concebida com o intuito de ser um repositório do conhecimento humano, constituindo-se como um espaço de partilha. Com a rapidez da evolução do conhecimento, a educação tem de repensar o seu papel e dar prioridade a aquisição da capacidade intelectual necessária para o aprender a aprender contínuo, adquirindo informação armazenada digitalmente, reajustando-a e utilizando-a para produzir novo conhecimento. Aqui o professor tem o novo papel de o de facilitador da aprendizagem, apoiando o aluno na sua construção individual e colaborativa do conhecimento e proporcionando-lhe autonomia na aprendizagem, motivando o seu pensamento crítico e a aprendizagem de nível elevado, para a resolução de problemas. Deste emergir da economia do conhecimento em rede, novas capacidades são exigidas como pesquisar, seleccionar e citar; cooperar e colaborar presencialmente e online; e, ainda, publicar e partilhar online. A diversidade de informação online bem como de actividades orientadas para a pesquisa, de exercícios de correcção automática, de simulações, de jogos, entre outros, constituem recursos a integrar nas práticas lectivas. Por outro lado, a capacidade de colaboração é um requisito cada vez mais procurado, que compete ao professor dinamizar nas aulas, ajudando os alunos a distinguir colaboração de cooperação.
O número de sites e páginas na Web cresce diariamente. O conhecimento que se vai construindo duplica de 18 em 18 meses. A ênfase deixa de ser no acumular conhecimento mas na capacidade de o seleccionar, transformar e de o reutilizar em novas situações.
Para facilitar o acesso a informação similar ou relacionada, criaram Web semântica, a nova geração Web, designada por W3C a qual pretende criar um meio universal para troca de informação, associando aos documentos, descrições do seu significado para serem mais facilmente pesquisados e localizados.
A Internet tornou-se uma extensão cognitiva e um meio de socialização de grande magnitude, particularmente, para os jovens.
Existem assim quatro competências sócio-cognitivas que podem e devem ser rentabilizadas na Internet: Aprender a procurar informação, Aprender a comunicar; Aprender a colaborar; Aprender a participar na sociedade.
A CONECTIVIDADE aparece com o conhecimento na Internet, caracterizando-se pelo Estar do sujeito na rede, a qual oferece imensas oportunidades para aceder à informação e às relações sociais. Na rede podemos estabelecer conexões entre fontes de informação, mas também padrões úteis de informação. Por isso, esta nova geração tende a pensar de maneira diferente quando enfrenta um problema. Esta assenta em 3 pilares: Direitos de autor e plagio, Desenvolvimento de capacidades e competências para colaboração efectiva; E a avaliação do aluno

O CONECTIVISMO assenta no facto de que as decisões a tomar, se baseiam em informações que estão em constante mudança. Surge a necessidade de saber distinguir o que é importante do que é realmente importante. Torna-se assim de extrema relevância, desenvolver capacidades em reconhecer a importância de aprender, devendo o sujeito estar sensível à mudança como resultado das novas informações. Entre outros princípios destaco dois deles: A capacidade de conhecer mais torna-se mais crítica do que o o que é conhecido e que a intenção de todas as aprendizagens conectivistas é a atualização.


                                   Liliana Melo, 904537