RECURSOS
ABERTOS – Os recursos abertos (open resources) poderão constar de pacotes de
informação e de materiais ou de um conjunto de conteúdos e de actividades a que
um indivíduo acede livremente e utiliza de modo a apropriar-se de um conjunto
de conhecimentos. Estes recursos poderão assumir a forma de exposições de
professores, vídeos, exames, materiais para leitura, etc., em suma, todo o tipo
de recursos usados no ensino universitário. A expressão OpenCourseWare adquiriu
entretanto o significado de uma colecção de materiais digitais organizados como
se de uma disciplina se tratasse.
Em
Portugal, tal como na generalidade dos países, as primeiras iniciativas AA são
relativamente recentes, datando de 2003, e só a partir de 2006 a temática
ganhou uma atenção mais generalizada. Esta lenta entrada na esfera pública pode
ser explicada por factores que são comuns à generalidade dos países, mas também
pelo contexto nacional no que diz respeito à investigação e publicação
científica. As primeiras iniciativas AA em Portugal foram lideradas pela
Universidade do Minho com a criação do seu repositório institucional (RI),
RepositóriUM, apresentado publicamente em Novembro de 2003. (...)
Em
Março de 2008, surgiu um projeto de criação de um meta-repositório nacional e
de um serviço de alojamento de novos repositórios. Esse projeto foi designado
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal – RCAAP
(http://www.rcaap.pt) e ficou disponível em Julho de 2008. Na génese do projeto
RCAAP foram considerados três objectivos principais: Aumentar a visibilidade,
acessibilidade e difusão dos resultados da atividade académica e de investigação
científica portuguesas. O conjunto da produção académica e científica
portuguesa encontra-se disperso por milhares de publicações (revistas
científicas, atas de conferências e congressos, etc.), e uma parte
significativa, a chamada literatura cinzenta e outras publicações (teses e
dissertações, relatórios técnicos, documentos de trabalho etc.) está sob
condições de acessibilidade e utilização limitada. A criação de um
meta-repositório da produção científica e académica nacional, permitindo a
pesquisa, o acesso e a utilização da mesma de forma facilitada e intuitiva,
constituiu-se como uma importante mais-valia, quer ao nível nacional quer ao
nível de cada uma das instituições participantes. Por outro lado, a difusão da
produção académica e científica poderia ter um efeito multiplicador na
sociedade, disponibilizando e tornando acessível para o mercado de trabalho,
para as famílias e para a sociedade em geral a informação e conhecimento
gerados nas instituições científicas.
(...)
Outro
ponto importante, que não pode deixar de ser pelo menos mencionado, centra-se
na conexão da web2.0 com o movimento dos REA. A mudança no posicionamento do
utilizador face à WWW altera-se com o 2.0 de mero espectador que consulta para
um ator ativo que contribui, partilha e acede a conteúdos. Na comunidade
científica que aborda estas questões e nos movimentos associados aos REA,
coloca-se muita ênfase na Web 2.0 como motor primordial na disponibilização e
acesso a estes conteúdos. Toda a framework da Web 2.0 permite tornar ténue e
desvanecer a linha entre os “produtores” e os “consumidores” dos conteúdos. O
acesso facilitado aos conteúdos e sobretudo a quem os produz reflete a mudança
do acesso ao conteúdo para o acesso a quem os produz, permitindo deste modo
interações quase imediatas de feedback, “rating” e validação dos mesmos.
Englobam-se nesta caracterização formatos de recursos online como: wikis,
blogs, redes sociais, comunidades virtuais, o que facilita a pessoas com os
mesmos interesses a partilharem ideias, colaborarem e inovarem na produção de
REA.
in Revista, v.8, n.2, setembro,
2012, Rio de Janeiro, p. 402-412 - http://www.ibict.br/liinc
3.elaboração
de um artefacto sobre as potencialidades e desafios dos recursos educacionais
abertos - 5 páginas de texto impresso; benefícios dos REAs; REAs no contexto
educativo em Portugal ou outro país; uso pedagógico dos REAs.
Elaboração
de um documento
Se,
noutros tempos, a aprendizagem estava associada os bancos da escola e ao ensino
formal, hoje aprende-se de diversas formas, em qualquer momento e em qualquer
lugar (inclusivamente na praia e noutros locais associados ao lazer, com a
generalização do uso de computadores portáteis e as facilidades no acesso à
Internet através de dispositivos wireless). Se os livros e a figura do
professor continuam presentes como elementos fundamentais e imprescindíveis, é
também cada vez mais necessário pensar a integração da Internet e das
ferramentas que proporciona, assim como de outros meios tecnológicos
disponíveis, no processo de ensino e aprendizagem.
Os
recursos educativos abertos estão orientados para o ensino e encontram - se ao
abrigo de licenças que podem permitir a sua adaptação, utilização e partilha,
como por exemplo Creative Commons License. A diversidade de abordagens
pedagógicas e perspetivas culturais diversas é um dos aspectos fundamentais dos
REA, pelo que eles permitem novas formas de trabalhar em ambientes
educacionais. Por outro lado, a expansão de ferramentas web 2.0 (wikis,
blogues, redes sociais, …) tem contribuído para o desenvolvimento dos REA,
criando uma grande comunidade de partilha e entreajuda entre educadores, dos
mais diversos pontos do Planeta.
Os
REA promovem o desenvolvimento de competências digitais e a utilização da
Internet impõe--se como recurso de excelência e ferramenta educativa. Não há
dúvidas de que esta netgeneration gosta de utilizar REA em situação de aula e
gosta de aprender a criar REA em diferentes formatos. Os REA vieram, pois,
estimular um maior empenho, motivação e interesse, tanto no ato de ensinar como
no ato de aprender, por professores e alunos, que alteraram a sua forma de
aprender estando mais interessados nas aulas, desenvolvendo a sua curiosidade
em pesquisar e aprender mais e, finalmente, a estarem mais atentos e motivados
nas aulas. Os REA vieram transformar os alunos em agentes ativos; o aluno deixa
de ser considerado como um receptor passivo passando a ativo enquanto também se
rompe com conceitualizações tradicionalistas do ensino, baseadas na figura do
professor, enquanto detentor do conhecimento..
Trata-se
de uma Aprendizagem Colaborativa – baseia-se na aprendizagem através da
interação pessoal ou social entre estudantes. A aprendizagem colaborativa ajuda
os estudantes a partilhar objetivos, explorar materiais de aprendizagem e
atingir níveis de compreensão e conhecimento mais profundos, através da
construção social dos significados e do conhecimento. Os estudantes trabalham
colaborativamente e cooperativamente em equipas em diversas atividades
diferentes: discussão em grupo acerca de um determinado tema, resolução
cooperativa de problemas e trabalho de projeto colaborativo. Os conteúdos podem
ser disponibilizados através de leituras, tarefas, estudos de caso e
simulações. Estas tarefas devem ser desenhadas de modo a forçar os estudantes a
pensar criticamente e a aplicar o que estão a ler e a analisar. Este modelo de
aprendizagem é útil para desenvolver competências sociais, tais como: o
respeito pelos outros, a tolerância e o trabalho em equipa, assim como pode
ajudar a diminuir o sentimento de isolamento característico do ensino a
distância, abre a possibilidade de apoio mútuo entre os estudantes, quer emocional,
quer cognitivo, e proporciona aos estudantes os benefícios que decorrem da
interação para construir um conhecimento comum. A aprendizagem colaborativa
toda trabalha nas mesmas tarefas, assuntos, tentando em conjunto chegar a uma
solução ou a um ponto de vista comum. Não há relações hierárquicas. O resultado
é sempre mais (e mais complexo) do que a soma das contribuições.
A
aprendizagem cooperativa pressupõe um grupo, uma equipa e divisão de tarefas.
Tem em regra uma estrutura hierárquica - há um líder ou um coordenador que
distribui as tarefas. O resultado corresponde ao somatório do que cada um fez.
As novas gerações demonstram uma
considerável capacidade de aprendizagem em todo o tipo de ambientes digitais.
Frequentam a escola mas vivem na “nuvem” e é lá que temos que os procurar e
ensinar. Tendo a sua disposição modernos equipamentos e meios de comunicação,
os nativos digitais leem e comunicam entre si, explorando conteúdos e situações
para responder sobretudo aos gostos, interesses e necessidades. As novas tecnologias são uma ferramenta
importante e complementar no processo de ensino e aprendizagem; permitem a
criação e o desenvolvimento de competências diversificadas e podem ser um fator
facilitador da aprendizagem e incrementar a motivação dos alunos.
O
conceito de leitura foi redefinido. O que é considerado leitura nos dias de
hoje diverge do passado, na medida em que são considerados novos formatos e
novos ambientes de leitura no domínio digital. Para Carlos Pinheiro, um
especialista em suportes digitais de leitura, a leitura digital constitui um
desafio permanente, mas também é geradora de oportunidades. Na web, a maior
parte das leituras e das pesquisas são realizadas em hipertexto. É muito fácil
perder o rumo quando não se tem as competências de pesquisa suficientemente
consolidadas. Depois é necessário discernimento para distinguir quais são as
leituras revelantes. Ler versus aprender, é o grande desafio literacia da
informação.
Os
suportes digitais de leitura são também uma oportunidade para formar novos
leitores. A possibilidade de aceder a conteúdos multimodais ricos e
diversificados é hoje uma mais-valia. Para além do texto e da imagem,
encontramos num mesmo suporte clipes de áudio, vídeo, animações em 3D,
gráficos, e elementos interativos que propiciam leituras multimodais. As
gerações mais novas aprenderam muito cedo a usar o telemóvel, o tablet, o
computador ou a consola de videojogos. A tecnologia é-lhes natural e, por isso,
utilizam na com grande autonomia. Habituaram-se também a realizar diversas
tarefas em simultâneo desenvolver uma capacidade multitarefa que possibilita a
realização de novas leituras em todo o
tipo de suporte.
A
evolução da tecnologia e o aparecimento do livro digital conduziu a uma
proliferação de serviços que tendem a adequar-se de forma continua a crescente
mobilidade e as necessidades de novos leitores.
A
aprendizagem e o ensino num ambiente online são, têm algumas semelhanças: as
necessidades dos aprendentes são avaliadas; o conteúdo é negociado ou estabelecido;
as actividades de aprendizagem são orquestradas; e a aprendizagem é avaliada.
Contudo,
o efeito invasivo do medium online cria uma atmosfera única para o ensino e
para a aprendizagem. (i) mais versátil o tempo e o local da interação educativa
(ii) conteúdo em diversos formatos, (iii) A capacidade da Net para permitir o
acesso a enormes repositórios de informação sobre todos os assuntos iv)
permitir a interação homem-máquina numa variedade de formatos
A
World Wide Web foi concebida com o intuito de ser um repositório do
conhecimento humano, constituindo-se como um espaço de partilha. Com a rapidez
da evolução do conhecimento, a educação tem de repensar o seu papel e dar
prioridade a aquisição da capacidade intelectual necessária para o aprender a
aprender contínuo, adquirindo informação armazenada digitalmente, reajustando-a
e utilizando-a para produzir novo conhecimento. Aqui o professor tem o novo
papel de o de facilitador da aprendizagem, apoiando o aluno na sua construção
individual e colaborativa do conhecimento e proporcionando-lhe autonomia na
aprendizagem, motivando o seu pensamento crítico e a aprendizagem de nível
elevado, para a resolução de problemas. Deste emergir da economia do
conhecimento em rede, novas capacidades são exigidas como pesquisar,
seleccionar e citar; cooperar e colaborar presencialmente e online; e, ainda,
publicar e partilhar online. A diversidade de informação online bem como de
actividades orientadas para a pesquisa, de exercícios de correcção automática,
de simulações, de jogos, entre outros, constituem recursos a integrar nas
práticas lectivas. Por outro lado, a capacidade de colaboração é um requisito
cada vez mais procurado, que compete ao professor dinamizar nas aulas, ajudando
os alunos a distinguir colaboração de cooperação.
O
número de sites e páginas na Web cresce diariamente. O conhecimento que se vai
construindo duplica de 18 em 18 meses. A ênfase deixa de ser no acumular
conhecimento mas na capacidade de o seleccionar, transformar e de o reutilizar
em novas situações.
Para
facilitar o acesso a informação similar ou relacionada, criaram Web semântica,
a nova geração Web, designada por W3C a qual pretende criar um meio universal
para troca de informação, associando aos documentos, descrições do seu
significado para serem mais facilmente pesquisados e localizados.
A
Internet tornou-se uma extensão cognitiva e um meio de socialização de grande
magnitude, particularmente, para os jovens.
Existem
assim quatro competências sócio-cognitivas que podem e devem ser rentabilizadas
na Internet: Aprender a procurar informação, Aprender a comunicar; Aprender a
colaborar; Aprender a participar na sociedade.
A
CONECTIVIDADE aparece com o conhecimento na Internet, caracterizando-se pelo
Estar do sujeito na rede, a qual oferece imensas oportunidades para aceder à
informação e às relações sociais. Na rede podemos estabelecer conexões entre
fontes de informação, mas também padrões úteis de informação. Por isso, esta
nova geração tende a pensar de maneira diferente quando enfrenta um problema.
Esta assenta em 3 pilares: Direitos de autor e plagio, Desenvolvimento de
capacidades e competências para colaboração efectiva; E a avaliação do aluno
O
CONECTIVISMO assenta no facto de que as decisões a tomar, se baseiam em
informações que estão em constante mudança. Surge a necessidade de saber
distinguir o que é importante do que é realmente importante. Torna-se assim de
extrema relevância, desenvolver capacidades em reconhecer a importância de
aprender, devendo o sujeito estar sensível à mudança como resultado das novas
informações. Entre outros princípios destaco dois deles: A capacidade de
conhecer mais torna-se mais crítica do que o o que é conhecido e que a intenção
de todas as aprendizagens conectivistas é a atualização.